A partir do dia 20 de julho, o projeto ‘KINA – Novos Sons, Novas Visões’, que reúne projeções de videoarte e música, chega à Casa Museu Eva Klabin
KINA — Novos Sons, Novas Visões apresenta sua segunda edição com vídeos e música. A curadoria inclui obras de artistas de diversas regiões do Brasil e internacionais realizadas com técnicas de cinema, vídeo, arte digital e sonora.
Este evento tem como objetivo promover o acesso às artes, expandindo sua relação com o público por meio do compartilhamento da pluralidade cultural, com obras que abordam narrativas sociais, inclusivas e ambientais apresentando um panorama de registros contemporâneos, rurais, quilombolas, afrodiaspóricos, indígenas, urbanos e virtuais.
As projeções na fachada da casa-museu e as apresentações musicais podem ser vistas e ouvidas pelos visitantes e passantes. Os DJs, na varanda da casa, mesclam novas e antigas sonoridades com influências eletrônicas e de outras vertentes em mixagens que transitam entre o estilo lounge e ritmos dançantes. Essa arte multicultural trata de visões de mundo, de memórias materiais e imateriais que instigam nossas percepções e consciências, diluindo as barreiras entre dentro e fora do museu.
Neste ano, apresentamos vídeos de: Keila Sankofa (Amazonas), Jaime Lauriano (São Paulo), Mulheres do Jequitinhonha (Minas Gerais), Fernando Velazquez (Uruguai), Louise Botkay (Rio de Janeiro), Mit Borrás (Espanha), Patricia Borges (Rio Grande do Sul), Diego Lama (Peru), Dada Fidget Toy Orchestra composto por Cadu (São Paulo) com Adriano Motta (Oklahoma, EUA); live sets dos Djs: Ademar Britto (Rio de Janeiro), do coletivo carioca Mariwô, representado pelo DJ BBD (Rio de Janeiro), Capetini (Rio de Janeiro), Yas Zyngier (Sergipe) e lançamos em streaming as playlists das edições de 2023 e 2024, incluindo: Marta Supernova, Dani Avellar e Gustavo Keno.
Em consonância com a visão universal de Eva Klabin e a relevância histórica de seu acervo para as novas gerações, KINA estimula os espectadores a considerarem seu lugar no mundo e o papel que as artes, as culturas e as tecnologias analógicas e digitais, ancestrais e futuristas desempenham ao representar nossas histórias e a valorizar nosso senso de pertencimento. KINA conecta passado, presente e futuro, ativando a ligação entre a Casa Museu Eva Klabin, a cidade e sua população.
Gabriela Maciel
Curadora
Gabriela Maciel | Curadora da exposição
Carioca, trabalha no Brasil e no exterior. Mestranda em Arte e Design pela PUC-Rio, bacharel em Artes Visuais pela Central Saint Martins, University of The Arts London e no Brasil pela EBA/UFRJ. Desde 2010, é curadora de projetos nacionais e internacionais, dentre eles: idealização e curadoria do KINA Novos Sons, Novas Visões, Casa Museu Eva Klabin, Rio de Janeiro (2024 e 2023). Foi Head do Laboratório de Atividades do Amanhã — LAA, Museu do Amanhã (2022); idealizadora e curadora do Session #1 Brasil–Suíça, intercâmbio e exposição com Harddisk Museum e apoio Pro Helvetia South America (2021); idealizadora e condutora da oficina Arte, Memória e Inovação, Instituto Moreira Salles, Paulista Cultural (2021); cocuradora do Changing Landscapes / Alterando Paisagens, intercâmbio Brasil–Holanda de artes, ciências e ecologia com Yasmine Ostendorf, Green Art Lab Alliance e apoio Dutch Culture (2021); curadora da bienal mundial de arte digital — The Wrong New Digital Art Biennale, no Rio de Janeiro (2018 e 2014); curadora da exposição “Apenas um oceano entre nós” em parceria com Arte Clube Jacaranda, Lisboa (2017); cocuradora do laboratório de arte contemporânea Re_Act Oceanic Thinking and Climate Change, Arquipélago dos Açores, com no.stereo (2017); curadora do Dotmov Festival da revista Shift Japan, no Brasil (2016 e 2013); cocuradora com Andre Sheik da mostra Cinema — Feito por Brasileiros, Cidade Matarazzo São Paulo, com curadoria geral de Marc Pottier (2014); idealizadora e curadora do ARTE + Exposição Multimídia Sesc (2013) e de diversos projetos, publicados em: Prêmio Pipa, O Globo, Artsy, ArtRio, Art Tribune Italia, DasArtes, Scandale Project, Wrong Wrong Magazine, TimeOut, Art Research Map, June Joon Jaxx, Supermarket Stockholm, Shift, Blouin Artinfo e YYYYMMDD Contemporary.
DFTO — DADA FIDGET TOY ORCHESTRA
Dada Fidget Toy Orchestra (DFTO), composto pelos artistas Cadu (São Paulo) e Adriano Motta (Rio de Janeiro), investiga os processos de produção e reprodução de imagem nos meios digitais e a cultura visual que esses processos constroem. Em Digital Gesamtekunswerk, DFTO combina colagens, modelos digitais adquiridos em lojas virtuais, em coleções de instituições científicas ou baixados gratuitamente na internet, sobrepondo referências da cultura de massa e erudita. A narrativa do filme apresenta vistas de um arquipélago formado por monumentos e topografias resultantes das hibridizações desses acervos. Fidget é o termo em inglês para movimentos compulsivos e repetitivos em momentos de nervosismo.
DFTO — DADA FIDGET TOY ORCHESTRA | Um duo, composto por Adriano Motta e Cadu, explora tecnologias de modelagem e animação digital para realização de obras de arte. Há uma inclinação irreversível da economia da informação em direção aos metaversos, e os dois artistas, que trabalham juntos há anos, reuniram-se para explorar essa recente condição.
Adriano Motta nasceu em Oklahoma, nos EUA. Artista plástico e designer formado pela PUC-Rio, começou a carreira como ilustrador no diário carioca O Dia, em 1996. Na cidade de Nova York, onde morou de 2000 a 2003, trabalhou como motion designer no setor de broadcasting da Bloomberg. Em 2003 voltou ao Rio e, paralelamente à produção artística, atuou como designer e diretor de arte. Foi diretor de marca e programador visual do Canal WooHoo. Participou de projetos de identidade visual do Festival Multiplicidade e desenvolveu a identidade visual do Novas Frequências, ambos no Rio de Janeiro.
A prática do paulista Cadu é marcada por uma abordagem transdisciplinar. Em seu repertório, convivem performances, instalações, desenhos, pinturas, esculturas, vídeos e fotografias, influenciados por temas ligados a sistemas, repetição, tempo, circularidade e natureza. Nos últimos dez anos, seu trabalho vem lidando também com as especificidades sociais, econômicas e ambientais dos lugares que é convidado a habitar por alguns períodos, havendo uma abordagem etnográfica dos fenômenos atuantes nesses contextos, a partir dos quais processos coparticipativos e de diluição de autoria são iniciados.
DIEGO LAMA
Frequentemente caracterizada pelo uso da linguagem cinematográfica, a produção de Diego Lama (Peru / Bélgica) incorpora representações de estruturas de poder, muitas vezes subvertidas, revelando diversos e divergentes pontos de vista. São articulações da condição humana na política, no mundo da arte e na tecnologia. The Myth of Sisyphus toma o ensaio filosófico de Camus “O Mito de Sísifo” como uma estrutura conceitual. Para refletir sobre a condição do artista, um braço robótico de fábrica personifica o capitalismo. Programado para desenhar usando um buril como ferramenta, critica o propósito exacerbado da lucratividade pela eficiência. Em Theme for a Western Imaginary, a história do Cometa 67P/C-G e o mito que ele gerou afetaram especialmente o desenvolvimento tecnológico, já que sua descoberta coincide com a mudança do tecido social pós-colonial e a relativização de elementos de visibilidade e de comunicação.
DIEGO LAMA | Artista peruano, estudou na Bélgica, nos Estados Unidos e no Peru. Seu trabalho foi exibido em importantes eventos internacionais como a Bienal de Sonsbeek, a Bienal de Havana, a Bienal de Curitiba, a Trienal de Arte Contemporânea de Praga, assim como no Museu Reina Sofía em Madri, no Museu Ludwig em Colônia, no Museu de Arte Hessel em Nova York, no Getty Center em Los Angeles, no Museu Taylor no Colorado e no Museu de Arte Contemporânea em Lima. Sua obra está incluída em várias coleções internacionais, como MHKA em Antuérpia, Getty Center em Los Angeles, arquivo Videobrasil, coleções Caixa Forum e IVAM na Espanha, Instituto Cervantes em Munique, Centro Wifredo Lam em Cuba, Museu de Arte de Lima, além de diversas importantes coleções privadas. Atualmente, ele vive e trabalha em Ghent, Bélgica.
FERNANDO VELÁZQUEZ
Zonas críticas, obra de Fernando Velazquez inspirada no conceito elaborado por cientistas de diversas disciplinas, enfatiza a importância da fina camada do subsolo terrestre, essencial para a sustentação da vida, porém agora enfrentando sérios desequilíbrios que ameaçam o futuro da humanidade. Neste trabalho, 11 vinhetas generativas apresentam seres híbridos, pessoas inexistentes, esculturas greco-romanas, máscaras africanas, Vênus paleolíticas e vozes geradas por inteligência artificial evocando uma variedade de formas, potências e escalas. Desde os oceanos e terremotos até o micélio, e a atividade humana, Zonas críticas visa despertar a consciência de que o mundo digital coexiste com os vestígios de uma estrutura material invisível aos olhos nus: a própria materialidade da Terra.
FERNANDO VELÁZQUEZ | Artista, curador e professor, investiga os dispositivos técnicos na qualidade de agentes mediadores da percepção e na sua relação estruturante dos paradigmas vigentes, particularmente o tecnosolucionismo, o antropoceno e os estudos decoloniais. Seu trabalho inclui instalações, objetos, vídeos, performances audiovisuais e imagens criadas com recursos algorítmicos que buscam envolver o espectador em narrativas paradoxais, hiperbólicas e ritualísticas. É mestre em Moda, Arte e Cultura (Senac-SP), e pós-graduado em Vídeo e Tecnologias On e Off-line (Mecad/Esdi), e em Gestão Cultural Contemporânea (Itaú Cultural/Singularidades).
Participou de exposições como “Mundo de redes”, Centre Pompidou, Paris (2022); “The Matter of Photography in the Americas”, Cantor Arts Center, Stanford University, EUA (2018); “Emoção Art.Ficial”, Bienal de Arte y Tecnologia, Itaú Cultural (2012); Bienal do Mercosul (Brasil, 2009); Mapping Festival, Suíça, (2011); WRO Biennale, Polônia (2011) e o Pocket Film Festival, Centre Pompidou, Paris (2007).
Recebeu, dentre outros, os Fundos para a Cultura (Uruguai, 2019), o Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia (Brasil, 2009), Prêmio Mídias Locativas Arte.Mov (Brasil, 2008) e o Vida Artificial (Espanha, 2008) e realizou residências no Ircam/Pompidou e no MC93´ ambos em Paris. Tem ministrado aulas, conferências e oficinas em instituições e festivais como Cyberfest (São Petersburgo, Rússia), Naustruch (Sabadell, Espanha), Visiones Sonoras (Morelia, México), Stony Brook University (Nova York, EUA), Universidad Católica (Montevidéu, Uruguai), Universidade da Flórida (Gainsville, EUA), Universidad de los Andes (Bogotá, Colômbia), Queen’s University (Kingston, Canada) e em várias universidades e instituições brasileiras: UFBA, UFES, UFG, UFRGS, UFRJ, UFMG, FAAP, PUC-SP e Senac-SP. Como curador, destacam-se as exposições “Adrenalina” e “Periscópio”. Entre 2015 e 2018 foi curador e diretor artístico do Red Bull Station de São Paulo. Atualmente é professor da pós EAD em Arte Contemporânea e Audiovisual Expandido da FAAP/Uol.
JAIME LAURIANO
Pela primeira vez para o povo brasileiro, um espetáculo transmitido ao vivo pela televisão. Uma conquista transformada em um fato heroico. Com forte cobertura da mídia, a vitória da equipe brasileira em 1970 foi usada como ferramenta de propaganda para o regime militar brasileiro. Seu vídeo Morte súbita consiste em uma projeção com pessoas cobrindo seus rostos com camisas da Seleção Brasileira de Futebol. No fundo, é transmitido um áudio que mistura sons de estádios, gritos, palmas e fogos de artifício, com sons de protestos de rua, bombas, tiros e gritos. A trilha também é composta pela leitura, feita por um narrador esportivo, com os nomes de mortos e desaparecidos políticos no ano de 1970, o ano mais duro da ditadura militar brasileira.
JAIME LAURIANO | Bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, é artista visual, escritor e curador; sua produção revisita símbolos, imagens e mitos formadores do imaginário da sociedade brasileira, tensionando-os a partir de proposições críticas capazes de revelar como as estruturas coloniais do passado reverberam na necropolítica contemporânea. “Aqui é o fim do mundo”, no Museu de Arte do Rio — MAR (2023), no Rio de Janeiro; “Paraíso da miragem”, do duo Silêncio Coletivo (Jaime Lauriano e Igor Vidor), na Kubik Gallery, Porto, Portugal (2022); “Marcas”, na Fundação Joaquim Nabuco (2018), em Recife; “Brinquedo de furar moletom”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (2018); “Nessa terra, em se plantando, tudo dá”, Centro Cultural Banco do Brasil (2015), no Rio de Janeiro; e “Impedimento”, no Centro Cultural São Paulo, em São Paulo (2014). Apresentou trabalhos na El Dorado: Myths of Gold, no Americas Society, Nova York (2023), no 37º Panorama da Arte Brasileira, São Paulo (2022); e na 11a Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2018).
Participação em exposições coletivas incluem: “Brasil Futuro: as formas da democracia”, Museu Nacional da República, Brasília (2023), “Social Fabric: Art and Activism in Contemporary Brazil”, Visual Arts Center, The University of Texas, Austin (2022); “Histórias brasileiras”, no Museu de Arte de São Paulo (2022), em São Paulo; “Afro-Atlantic Histories”, no National Gallery of Art, em Washington DC e no Museum of Fine Arts, em Houston (2022); “Quem não luta tá morto – arte democracia utopia”, no MAR, no Rio de Janeiro (2018); “Levantes”, no Sesc Pinheiros, São Paulo (2017); “Territórios: artistas afrodescendentes no acervo da Pinacoteca”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2015). Seus trabalhos podem ser encontrados em coleções institucionais, tais como: Fundação Joaquim Nabuco, Recife; Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; Museu de Arte de São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo e Schoepflin Stiftung, Lörrach, Alemanha.
KEILA-SANKOFA
Reconhecendo as encruzilhadas das cidades, das telas e dos salões como territórios aptos para receberem outras narrativas pretas não contadas, Keila-Sankofa desenvolve pesquisas sobre a memória de pessoas racializadas, utilizando a manipulação e a ficcionalização como aparatos laboratoriais e imagéticos. Em Abebé, o trançado como fonte de fortalecimento para vencer a guerra, o agrupamento que revela o espelho como arma no meio de tantas possibilidades. Em Presente das presenças, a arte de pessoas manuseando a cuia pode representar todas as etapas de preparo da comida: a escolha, os cortes e as fervuras, como a formação de novos rios para serem navegados.
KEILA-SANKOFA | Nascida em Manaus, no Amazonas, é artista visual e realizadora audiovisual que exerce a multidisciplinaridade em espaços institucionais, urbanos, além de festivais e mostras de cinema, reconhecendo as encruzilhadas das cidades, das telas e dos espaços expositivos como territórios aptos para receberem narrativas para novos mundos. Realiza instalações audiovisuais que exibem vídeos performance, fotos e filmes. Trabalha com pesquisas sobre memória, utilizando a manipulação e ficcionalização como um aparato laboratorial que recria e especula histórias que legitimam e sugerem padrões.
Foi indicada ao Prêmio Pipa 2021, 2023 e 2024, fez a residência artística Artlab x Amplify D.A.I (Brasil / Argentina). Participou de projetos como NAVE Rock in Rio; artista convidada no 40º Arte Pará; “Um século de agora”, Itaú Cultural (SP); “Mulheres que mudaram 200 anos”, Caixa Cultural; Festival Mutek (Argentina e Montreal); selecionada para o 32º Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo e para o International Film Festival Rotterdam.
Atuou como diretora artística do projeto Direito à Memória. Possui obras nos acervos da Coleção Amazoniana de Arte da UFPA e do Museu Nacional de Belas Artes. Gestora do Grupo Picolé da Massa — DaVárzea das Artes, membra da Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro — Apan e Nacional Trovoa.
LOUISE BOTKAY
No movimento diário, o gesto que se repete, no cuidado com as crianças do povo da floresta. É na calma da tarde com o povo Huni Kuin, na sua dedicação à vida na floresta, imbuído de resistência e plenitude. Nos ciclos e nas voltas que o mundo dá, seu vídeo Palma traz detalhes, recortes de uma passagem pela aldeia São Joaquim — Centro de Memória, no acolhimento da família do pajé Agostinho Ika Muru, no Rio Jordão, Acre.
LOUISE BOTKAY | Formou-se na Escola Nacional de Cinema da França — FEMIS, realiza seus filmes desde 2003 em países como Haiti, Congo, Níger, Chad, Holanda, França e Brasil. Utiliza diferentes mídias, como o telefone celular, vídeo e película super-8, 16 e 35 milímetros, revelados artesanalmente. Seus trabalhos foram selecionados e premiados em festivais de cinema, como Festival de Oberhausen, Semana dos Realizadores, Fid Marseille, Festival Kinoforum, Rencontres Internacionales Paris/Berlin, Fespaco — Festival Pan-Africano de Cinema e Televisão de Uagadugu, Festival Janela Internacional de Recife. Expôs seus trabalhos no MAM Rio, galeria A Gentil Carioca, Christopher Grimes Gallery, Videobrasil, entre outros. Recebeu o prêmio E-flux na competição internacional do festival de Oberhausen 2016. Seu filme Vertières I II III foi eleito um dos dez melhores filmes de 2015 pela revista Artforum, na seleção da curadora e teórica Nicole Brenez. Em 2016, recebeu uma sessão retrospectiva na Mostra do Filme Livre, um prêmio pela obra e uma retrospectiva de seus filmes abriram o festival Cachoeira.doc. Em 2018 teve uma sessão Profile com curadoria de Lisette Lagnado no Festival Internacional de Oberhausen. Seu curta Um filme para Ehuana recebeu prêmio do Ministério da Cultura do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.
MIT BORRÁS
Como um método de superar os limites categóricos da existência, as obras de Mit Borrás (Espanha / Alemanha) funcionam como retratos ensaísticos que incorporam um estado aumentado de consciência. Seu trabalho Elastic Jungle examina a relação entre natureza, tecnologia e um estado de consciência “pós-humano”. Entre biodiversidade, progresso tecnológico e o conceito filosófico de adaptação, suas obras possuem uma abordagem holística e por vezes irônica, sobre os conceitos de bem-estar e equilíbrio do corpo e da mente. Os personagens de Borrás parecem perpetuar a conexão de suas almas numa tentativa de cura e de conjunção entre os mundos interior e exterior.
MIT BORRÁS | É um artista plástico espanhol, baseado em Madri e Berlim. Seu trabalho foi exibido no Centre Pompidou, em Paris, e na feira Art Dubai, Emirados Árabes Unidos, ambos em 2022; na galeria Exgirlfriend, Berlim (2016–2021); no Tick Tack, Antuérpia, na The Wrong Biennale, Paris, na Art Cologne, Colônia e no Pylon Hub, Dresden, em 2021; no Harddiskmuseum, Paris (2020); na Arebyte Gallery, Londres, nas exposições “Towards the Last Unicorn”, na plataforma 55SP, São Paulo, em 2019; e “Suspension”, Frontviews, Viena (2019), Berlim e Atenas (2018); na galeria Dimora Artica, Milão (2018); Aleph Projects, em Tel Aviv, Bienal de Artes Midiáticas do Chile e no Museu de Belas Artes do Chile, em 2017; Palacio Fernandini e Art Lima, Lima (2016); Pavilhão Kreuzberg, Berlim (2013) e Noruega (2016); Loop Barcelona (2010, 2015-2019); Transmediale, Berlim (2011), e Museu de Arte Contemporânea Hara, Tóquio (2010); entre outros.
MULHERES DO JEQUITINHONHA
De um canto para Yemanjá às batidas do pilão e às batedoras de algodão. Mulheres do Jequitinhonha, artistas, artesãs, conhecedoras das plantas e das sementes do Vale do Jequitinhonha, produzem seus vídeos de forma colaborativa, a partir de registros visuais de seus trabalhos e sonoros de suas cantigas e versos, que orgulhosamente preservam, com a beleza e a força de seu cotidiano regido pela ancestralidade.
MULHERES DO JEQUITINHONHA | Bordadeiras, tecelãs, fiandeiras, tingideiras, agricultoras, benzedeiras, parteiras, batuqueiras, cantadeiras, mães e devotas. Mulheres do Jequitinhonha é uma organização sem fins lucrativos, um programa da Tingui, que atua no Vale do Jequitinhonha (MG) e que tem como objetivo a construção de possibilidades de vida plena e digna com vistas à valorização da cultura e dos saberes de mulheres rurais e quilombolas da região.
PATRICIA BORGES
Enquanto os valores sociais forem expressos através do que cada pessoa, consome e exibe, os resíduos seguirão descartados em grandes volumes diariamente. Em Yemanjá devolve, Patricia Borges (RS) explora como o ato de consumir, para a sociedade contemporânea, pode significar existir e pertencer como indivíduo a um determinado grupo. Em sua obra, vemos a transformação sofrida pela reprodução — a imagem fotográfica visa converter a miserabilidade do original em assunto enobrecido. Impossível não reconhecer o produto através do fragmento coletado. Mesmo que esse lixo volte em dias de chuva, contaminando os rios, mares e mananciais, o desejo pelo novo parece não desaparecer. Compra-se como terapia, recompensa, busca de status, meio de relacionamento, entretenimento, para promover fantasias, para observar as pessoas, em catálogos impressos, revistas, outdoors, no celular e, sobretudo, nas redes sociais. A poluição é sempre um processo de origem humana. Tão humana quanto a industrialização, o marketing, a mídia, o consumo, a embalagem e o lixo subproduto de nossas posses.
PATRICIA BORGES | Formada em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-PR, Fotografia pelo Australian Centre for Photography (Sydney-AU), Direção de Fotografia e Roteiro pela Academia Internacional de Cinema, é aluna da Escola de Artes Visuais do Parque Lage desde 2015. Artista multimídia, usa experiências do campo da arte e da arquitetura para construir uma relação sensível com as matérias. Suas obras, com frequência associadas à emergência climática, trazem noções de tempo, isolamento, rigor e fragilidade. Nos últimos anos, passou a utilizar exclusivamente materiais comprados pela internet para compor instalações, fotografias e objetos, vários deles reutilizados após serem digitalizados, integrando sua pesquisa sobre a impermanência. Premiada nas Bienais de Arte de Florença e Roma. Nos últimos dez anos seu trabalho de arte foi apresentado em publicações e mostras coletivas no Brasil e exterior. Faz parte de importantes coleções particulares e acervos de três museus.
ADEMAR BRITTO
É curador com formação em Estudos Curatoriais pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, além de ter frequentado como aluno especial o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRJ. Tem realizado textos críticos e exposições tanto de artistas emergentes quanto de artistas históricos. É curador do programa Solo da Feira de Arte do Rio de Janeiro — ArtRio desde 2022. Membro do conselho da plataforma internacional Contemporary And — C& e do Conselho Curatorial do Solar dos Abacaxis. Como DJ tocou em aberturas de feiras de arte como Nada Miami, ArtRio, Art Sampa, Fargo e em galerias como Simões de Assis, Galatea, Nonada e Athena, assim como eventos em Veneza, Santiago e Bogotá. Também é médico com formação em cardiologia e mestre em Ciências Cardiovasculares pelo Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro. Ouça a playlist do Dj Ademar Britto, criada para o projeto KINA:
MARIWÔ
MARIWÔ (representado pelo set do DJ BBD). Coletivo carioca que tece conexões entre pessoas, criando ambientes culturais inclusivos para comunidades negras e LGBTQIAPN+, funde os ritmos da música eletrônica afrodiaspórica — house, techno, afrobeats, vogue beat — aos elementos da cultura popular brasileira — funk, carnaval e axé — como ferramenta semiótica para criação de alternativas futuras. BBD é o pseudônimo do amante de batidas rítmicas, seu som mistura influências locais e globais como amapiano, gqom, vogue beat, techno e house. Dani também atua como curador de som para a Mariwô, responsável por compor faixas originais híbridas de funk e a música eletrônica da diáspora. Ouça a playlist do coletivo Mariwô, criada para o projeto KINA:
YAS ZYNGIER
É artista sonora, figurinista e produtora cultural. Sergipana, há 20 anos radicou-se no Rio de Janeiro, aonde vem, desde então, participando ativamente da construção de uma cena artística e cultural relevante. Sua assinatura sonora é marcada pela diversidade de gêneros musicais, pela incorporação de elementos regionais da música brasileira e por uma incansável pesquisa acerca das vertentes percussivas que povoam paisagens sonoras. Deseja criar em suas performances uma atmosfera leve e convidativa para a dança, para o encontro dos corpos diversos e, sobretudo, para o regozijo pela música. Ouça a playlist da Dj Yas Zyngier, criada para o projeto KINA:
CAPETINI
Sol, praia, calor, malemolência e uma explosão criativa que abraça todos os gostos e personalidades. A cidade maravilhosa vive uma primavera musical de novos talentos no cenário eletrônico carioca. Um desses talentos é Rafael Capetini, um multifacetado DJ e produtor musical. Apaixonado por música desde cedo, ele apresenta um amálgama de timbres e seleções inovadoras.
Capetini tem a house music noventista como guia fundamental, com referências como Arnold Jarvis, K-Hand e Kerri Chandler. Seus álbuns Dancing Dog e Perro Doblado, lançados pela 40% Foda/Maneiríssimo, refletem ritmos e climas diversos. Além disso, ele também trabalha com gravadoras como Sorry Daddy e Baphyphyna. Residente da festa Nervosa no Bar Calma, Capetini impacta o cenário eletrônico do eixo Sul-Sudeste com suas produções e apresentações ao vivo
Ouça a playlist do Dj Capetini, criada para o projeto KINA: